O começo de Tudo - Arte Pré-histórica

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Já dizia Gombrit, “a história da arte não é uma história de progresso na proficiência técnica, mas uma história de ideias, concepções e necessidades em constante mudança.” (1999).  É muito importante ter essa frase em mente quando se estuda a arte pré-histórica, pois, naquela época, a arte possuía um significado muito místico, devido a susceptibilidade dos homens para acreditar em poderes mágicos.
Aconteceu ainda na aurora da humanidade, cerca de 40 a 50 mil anos atrás, o homem paleolítico começava a criar os primeiros exemplares de arte-representação gráfica de seu cotidiano e/ou de uma vida imaginária simbólica, como a famosa Vênus de Willendorf.
Devido a prática do nomadismo, não há registro de construções arquitetônicas nesse período. Todavia, a pintura e a escultura foram os meios artísticos mais usados na época. E, apesar de ser considerada como arte primitiva, vale lembrar que o domínio técnico de alguns grupos nômades era surpreendente.
Seus materiais básicos para práticas artísticas consistiam em:
1.    Tinta – As variações de cores eram adquiridas por intermédio de “materiais minerais e argilas coloridas eram trituradas e dissolvidas em água, gordura animal e vegetal, sangue animal e/ou excremento de aves” (BATTISTONI, 1989)
Tinta natural extraída do mineral goetita. (2)

2.    Material de aplicação – Fazia-se uso das mãos, espátulas, bastonetes ou pincéis rudimentares. Ainda havia a técnica chamada “pistolar”, a qual consistia em encher a boca com tinta e soprar por um canudo.
Sua arte era produzida nas paredes das cavernas, o mais afastada da entrada que fosse possível, deduz-se que fosse para evitar que a pintura fosse danificada de alguma forma. Esse cuidado leva a acreditar que havia um significado muito maior naquela prática. E é aí que entra o misticismo.

Exemplo de Pintura Rupestre (3)
Eles acreditavam que, ao desenhar a caça, havia uma garantia maior de sucesso na captura dela. O único objetivo dos homens paleolíticos de retratar o animal figurativamente, era o fato deles acreditarem que ao matar o animal no desenho, significava matar a energia vital dele. Logo, sempre que precisavam caçar era necessário fazer um novo desenho, visto que o anterior jazia “morto”. No mais, seus desenhos eram bastante figurativos, predominava ali a representação verdadeiramente visual, com o uso da lei da frontalidade.
Com o passar do tempo, o homem paleolítico foi evoluindo, e o período paleolítico dá lugar ao neolítico. Nessa mesma época, o homem deixava sua vida de nomadismo e passava a ingressar no estilo de vida dos povo sedentários. É diante do crescimento populacional e dos novos conhecimentos como: a prática agrícola, o artesanato, a criação de animais e a prática de troca; que o homem passa a desenvolver estruturas arquitetônicas.
Os monumentos arquitetônicos mais importantes do período neolítico são as construções:
●     Palafíticas: Eram habitações rústicas de madeirareunidas em verdadeiras cidades erguidas sobre pilotis, estacas resistentes e profundamente enterradas no fundo dos lagos ou às margens de rios, em várias regiões da terra.
Stonehenge (4)
●     Megalíticas: Do grego méga - grande, lítico - pedra; são enormes construções de pedra, que, a partir da forma e disposição colocada, recebem nomes e significados diferentes. Tais como:
a. Menires: Grandes blocos de pedra erguidos verticalmente, com o passar do tempo e dos estudos científicos feitos, chegou-se à conclusão de que os menires eram estátuas de divindades.
b. Comleques: São menires dispostos em círculo, acredita-se que são observatórios astronômicos para estudar o sol. Tem-se como maior exemplo o Stonehenge, no sul da Inglaterra.
c. Dolmens: Era, basicamente, composto por duas pedras verticais que sustentavam uma terceira colocada horizontalmente. Há muita discursão sobre o que realmente o dolmen é, todavia, boa parte dos historiadores concordam que eram túmulos.
Então o homem continua a evoluir, e surge o período Neolítico. Nessa época, as atividades como pintura e escultura perdem o foco dando lugar ao desenvolvimento da cerâmica. O homem passa a criar métodos para cozer a argila e assim esculpi-la ao seu bel prazer. Eles, também, adotam um trabalho de polimento das peças, o que sugere um trabalho em escala comercial.
O único meio artístico que ainda tem espaço nessa época é a pintura. Deixando de lado a necessidade ritualística, a pintura passa a ser um objeto decorativo, ganhando aspectos mais abstratos que o usual realismo figurativo.
Referências
GOMBRICH, E. H. A História da Arte. 16ª edição. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
O Mundo pré-histórico. In: PARKER, P. Guia Ilustrados Zahar - História Mundial. Trad. Maria Alice Máximo. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. Cap. 3, p. 69-77.


A arte mágica dos homens das cavernas e dos povos primitivos. In: JASON, H. W. Iniciação a História da Arte. 2ª Ed. Trad. Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 1996. Cap. 1, p. 14-17.

Arte pré-histórica. In: BATTISTONI FILHO, Duílio. Pequena história da arte. 3ª ed. Campinas, SP: Papirus, 1989. Cap 2, p. 15-21.

Fonte das imagens
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